Um dos destaques da conquista do Penta em 2022, Rivaldo viu como positivo o início da era Ancelotti na seleção brasileira, principalmente pela maior consistência defensiva da equipe. O ex-camisa 10 exaltou a personalidade do treinador ao encarar o desafio, mas ressaltou que os jogadores, em campo, são 'mais importantes' para fazer o time conseguir ganhar a Copa do Mundo.
"É um desafio enorme e Ancelotti encarou com muita personalidade assumindo a maior seleção do mundo. Acho que o primeiro jogo as coisas não saíram tão bem, mas eu consigo ver como algo positivo: por ser fora de casa, contra um Equador que está um tempo sem perder jogos em seus domínios. O time não tomou gols e, mesmo sem marcar também, acho que foi assimilando as ideias dele e no segundo jogo saiu o gol para afastar um pouco as críticas", analisou Rivaldo em entrevista exclusiva à Betfair, casa de apostas do qual é um dos embaixadores no Brasil.
Mesmo com o treinador tendo apenas quinze dias de trabalho, Rivaldo entende que já é possível ver a mão do técnico em melhor posicionamento defensivo da equipe. "São dois jogos sem sofrer gols, isso é extremamente importante para o Brasil. Ele está dando confiança para os jogadores da zaga. Consegui ver isso na saída de jogo do Brasil nas duas últimas partidas".
Rivaldo também destacou o melhor desempenho de Vini Júnior, até mesmo pelo fato de ter trabalhado com o italiano no Real Madrid. "O Vini fazendo gol e sendo um dos destaques no jogo é algo que muitas pessoas cobram, que ele precisa atuar no mesmo nível que joga no Real Madrid, e isso aconteceu. E com o Ancelotti acho que ele vai ter ainda mais confiança por todos os anos trabalhando juntos", analisou.
Questionado se acredita na conquista do Hexa sob o comando de Ancelotti, Rivaldo afirmou que tudo dependerá da forma que os atletas conseguirem assimilar aquilo que pede o comandante.
"Todo mundo sabe que ele é um grande treinador, agora é saber se vai ser um treinador campeão com a seleção porque no final o futebol é jogado e isso depende da confiança dos jogadores e colocar em prática todos os planos e situações que ele desenhar. O treinador vai aplicar o seu plano, mas os jogadores são os mais importantes para conseguir fazer o time ganhar a Copa do Mundo. O Ancelotti sabe o que tem na mão e sabe que pode trazer este título com esses jogadores que possui no Brasil", finalizou.
HISTÓRICO
Quando era jogador, Rivaldo chegou a trabalhar com Ancelotti. Após deixar o Barcelona, ainda no embalo da conquista da Copa 2002, disputada na Coreia e no Japão, o camisa 10 acertou sua transferência para o Milan.
No elenco, que contava com outros grandes nomes como o zagueiro Maldiini, os meias Pirlo e Seedorf e o atacante Shevchenko, Rivaldo conquistou três títulos, sendo o principal deles a Liga dos Campeões 2002/2003.
Entretanto, durante os 18 meses em que esteve no clube, a relação entre Rivaldo e Ancelotti nem sempre foi 'tranquila'.
No livro 'Liderança tranquila', Ancelotti cita um episódio em que, em setembro de 2022, antes de uma partida contra o Modena, pelo Campeonato Italiano, teria chamado Rivaldo para avisar que ele começaria no banco. O brasileiro, entretanto, não teria gostado e afirmado: "Rivaldo nunca ficou no banco".
No livro, Ancelotti também cita ter explicado a Rivaldo que a decisão seria apenas pelo fato de ele não ter feito uma pré-temporada completa, por participar da Copa. No final, Rivaldo acabou acatando e ficou no banco.
Depois, o camisa 10 brasileiro ainda ficaria no banco de reservas em outras partidas da equipe, inclusive na final da Liga dos Campeões, diante da Juventus.
Em janeiro de 2004, Rivaldo rescinde seu contrato com o Milan e acerta o retorno ao Brasil, para jogar no Cruzeiro.