BRASÍLIA - O PSDB interrompeu a negociação para a fusão com o Podemos, e o diretório nacional tucano se debruça sobre outras possibilidades colocadas à mesa desde o início das discussões sobre o futuro do partido.
A incorporação com o Podemos da deputada Renata Abreu (SP) não foi totalmente descartada, mas o tucanato também conversa com Solidariedade, Republicanos e MDB, segundo confirmou o secretário-geral do partido, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
A articulação travou diante de uma condição apresentada pelo Podemos. O partido impôs que posições-chave e a presidência da fusão fossem entregues a ele próprio pelos quatro anos seguintes à incorporação.
Abi-Ackel explicou que a exigência é impossível de ser atendida pelo PSDB, e, segundo ele, ainda que o diretório nacional quisesse, seria inviável aprovar nas instâncias internas e nos diretórios regionais.
A avaliação é que há vontade política na presidente do Podemos, Renata Abreu, em seguir com a fusão. A deputada encontra, entretanto, resistências no partido. Nos bastidores, os tucanos não tratam como surpresa o ime apresentado pelo Podemos e os políticos evitam palavras como "frustração" para se referir aos desdobramentos recentes. "Não há trabalho perdido", analisa Abi-Ackel.
No início do mês, o PSDB reuniu a executiva nacional em Brasília e aprovou em convenção que o partido desse continuidade aos trâmites para uma incorporação. Àquela altura, os tucanos miravam justamente a fusão com o Podemos. A ideia principal, entretanto, é unir a sigla a um partido que esteja no centro do espectro político; e não há previsão que, necessariamente, esse partido seja o Podemos.
Na Câmara dos Deputados, o PSDB se movimenta para conquistar novos filiados. Parlamentares que se incomodaram com as recentes movimentações políticas de seus partidos, como a federação entre PP e União Brasil, têm procurado os tucanos, segundo caciques do partido.