Vale lembrar. Há um ano atrás, eu disse que a guerra entre Ucrânia e Rússia não acabaria, pois, um dos motivos do conflito é o interesse econômico da indústria de armas, poderosíssima diga-se de agem. Discute-se muito e fala-se em acordo, mas o tiroteio volta mais forte e milhares de inocentes são mortos. A guerra continua e vai continuar pois, por enquanto não há interesse de que ela termine.
Outro assunto já abordado aqui é que a dívida dos Estados é impagável e que a solução seria o governo federal criar e aprovar uma legislação para anistiar os Estados. Sim, sou obrigado a concordar que não seria uma solução justa, pois beneficiaria alguns Estados com maior força política que conseguiram mais benesses da União e, justamente por isso devem mais.
O ex-presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, apresentou uma proposta aceita por governadores para a renegociação da dívida, mas o tempo vai ando e nada de ser definitivamente aprovada. E o que se vê no horizonte é que a situação permanecerá a mesma.
Interesses de grupos
É assim a política. Nada se resolve. Os interesses nacionais acabam sendo esquecidos, deixados de lado, enquanto prevalecem interesses de grupos, sejam financeiros, como no caso da guerra, sejam políticos, como no caso das dívidas dos Estados. E a conta, sempre, vem para as populações envolvidas.
Infelizmente esta é uma realidade que não dá sinais de mudança. Seja por omissão da maioria, seja pelo uso da força bruta por uma minoria, o mundo é comandado por grupos de interesse que vivem um momento de agitação e radicalizações.
Aqui mesmo entre nós, assistimos a uma crescente radicalização política programada, que nos faz antever uma eleição complicada em 2026, com uma piora na representação política como vem ocorrendo ultimamente no país. É assustador, mas é a realidade previsível, enquanto permanecer a alienação dos bons e a esperteza de alguns e a audácia dos maus.
Realidade brasileira
Não, não é para desanimar. É para o mundo reagir contra toda maldade e ganância. Não, não me tomem como pessimista. Os longos anos de jornalismo me fizeram realista. E a nossa realidade – aqui falo do Brasil – é esta.
Há uma completa alienação política da maioria de nossa população, em especial da juventude. E, como em política não existe espaço vago, estamos assistindo o crescimento dos oportunistas. Daí que mudarmos nossa realidade, promovendo as reformas necessárias, vai ficando mais difícil.
A que ponto chegaremos, não me arrisco a prever. Sou observador, não adivinho.